Digníssima Presidente da República
Thaiz
Guedes
Há tanto a discutir sobre
educação, moradia, fome, saúde, segurança, corrupção, políticas sociais,
violência, drogas, mas imagino que a Vossa Excelência deve estar pensando como
resolver tantos problemas que acometem nosso país. Então, resolvi usar está
carta como um desabafo sobre a tristeza profunda que invade os corações de
muitas famílias que tiveram um ente querido assassinado, muitos pelas mãos de
seus companheiros e outros pela insegurança e desrespeito de outrem.
Digníssima, além da dor da
perda há a dor da impunidade, uma dor que faz pensar: Será que realmente existe
Justiça nesse país? Numa busca constante por justiça, a sensação que passa é
que teríamos direito de matar uma pessoa, porque todos dizem que por ser réu
primário, a Justiça defende, solta ou não leva mais que dois anos preso, e aí
perguntamos: onde fica o direito daquele que foi ceifado a vida?
Deve-se acreditar que é uma
Justiça que defende o algoz e não a vítima? Morta, violada no seu “direito de
viver”, item que consta na Carta Magna, no artigo 5º da Constituição Federal.
No entanto o que é verdadeiro nessa Carta, muito bonita, mas infelizmente, com
tantos direitos violados. Tenho como exemplo dessa indignação, que acomete
também a minha família, que no dia 24 de dezembro de 2010, uma noite que
deveria ser comemorado o nascimento de Jesus Cristo, meu irmão Thaine Guedes,
foi assassinado a facada de maneira cruel e covarde pela companheira, autora
confessa do crime, e que está solta por que fugiu do flagrante e depois se
apresentou com advogado. Portanto, quanto tempo ainda; muitas famílias terão
que esperar para se ter uma Justiça pronunciada de maneira real e coerente.
Pagamos nossos impostos, que
não são utilizados de forma correta, mas é um dever do cidadão que é cumprido
nem que seja na mínima compra de um bombom. E quando será cumprida a parte que
cabe aos governantes?
Digníssima Presidente, a
tristeza invade muitos corações porque a Justiça demora a agir, pessoas brincam
de fazer justiça, não ligam para os problemas dos outros, assim aumentando, e
muito, a violência no país, voltando ao tempo do ”olho por olho, dente por
dente”. Espero que Vossa Excelência, sendo uma mulher, consiga fazer a
diferença.
Sem mais,
Thaiz Guedes Pereira.
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