quinta-feira, 26 de setembro de 2013

REFLEXÕES DO PROMOTOR DAVI GALLO BAROUCH


VIOLÊNCIA DOMÉSTICA- VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER.

Saiu recentemente, a taxa de mortes de mulheres (feminicídio) no Brasil, trazendo dados alarmantes, sobretudo para o Estado da Bahia que, vergonhosamente para nós, ostenta o segundo no lugar em toda a nação, respondendo por 6,90% homicídios de mulheres para cada 100.000 habitantes, perdendo apenas para o Estado do Espírito Santo.
Aduz, ainda, a citada pesquisa que, inobstante a existência de uma lei específica para cuidar da violência contra as mulheres – Lei Maria da Penha - esta não teria atingido a finalidade pretendida, uma vez que os dados estatísticos demonstraram que durante sua vigência o percentual de mortes de mulheres praticamente permaneceu inalterado.
O resultado puro simples desta pesquisa demonstrou que outras atitudes terão que ser tomadas no âmbito da violência doméstica.
A reformulação da Lei Maria da Penha, como alguns irão pretender, não resolverá o problema, uma vez que no Brasil existe uma prática odiosa consistente em se ver a mulher como propriedade de seus maridos e ou companheiros. Isso ocorre notadamente nas classes menos esclarecidas, cujo os “machos alfa” se acham no direito de espancar, humilhar e até mesmo matar suas companheiras, muitas vezes por motivos de somenos importância.
Não podemos olvidar que a sociedade muitas vezes age de forma passiva “fechando os olhos” para atos de violência praticados contra a mulher. Isso corre com frequência bem ao nosso lado. Quem nunca presenciou, ou pelo menos escutou um marido praticando violência contra sua esposa na residência ao lado? Quem nunca ouviu a expressão “em briga de marido e mulher não se deve meter a colher”?
Pois é, são por atitudes como estas, que acontecem bem ao nosso lado, que várias mulheres são espancadas e mortas todos os dias. Na verdade, no Brasil morrem 15 mulheres a cada 24 horas, em decorrência de atos de violência praticados contra si. Ou seja, antes de eu terminar de escrever este artigo, pelo menos duas mulheres em nossa pátria perderão a suas vidas.
Mudar a “Lei Maria da Penha” de nada vai adiantar, mesmo porque em seu aspecto material ela é muito boa e não carece de nenhuma reforma. O que se precisa neste País é punir exemplarmente as pessoas que, deliberadamente, praticam atos de violência doméstica “contra a mulher”.
Neste aspecto vejo como principal vetor desta modalidade criminosa, além da cultura “machista” predominante no Brasil, a impunidade, sendo esta, ao meu humilde sentir, a principal causa de violência doméstica.
Com referência à cultura machista do brasileiro, tive a oportunidade de presenciar a forma como o “homem aculturado” avalia sua esposa/companheira. Entendem eles que elas fazem parte do seu acervo patrimonial e que, portanto eles podem fazer delas e com elas o que bem entendem.
Apenas pala ilustrar, relatarei duas experiências que tive como Promotor de Justiça quando trabalhei nos rincões deste meu Estado.
Lembro-me que certa vez me encontrava no Gabinete da Promotoria de Justiça de uma cidade do sertão baiano quando adentrou em minha sala uma mulher com o rosto deformado e mal podendo caminhar. Naquele instante lhe indaguei o que tinha acontecido ao que ela me disse que o seu marido havia lhe espancado. Perguntei-lhe por qual motivo ele teria feito aquilo? Tendo ela me respondido que ele assim agira porque ela tendo chegado do trabalho (ela era gari da Prefeitura) não esperou que ele chegasse em casa para que ela lhe colocasse o jantar. Alegou ela, que naquele dia tinha ido até um templo religioso para rezar. Contudo, tinha deixado o prato feito em cima da mesa. Neste ponto gostaria de acrescentar que ele não trabalhava e no dia do fato se encontrava “bebendo” com amigos em um bar.
Revoltado com essa situação, solicitei à autoridade policial que convidasse o agressor para comparecer à Promotoria. Por volta da 15h00min, ele adentrou na minha sala, oportunidade em que o indaguei porque ele havia espancado sua esposa, tendo ele me respondido que ela não esperou que ele chegasse em casa para lhe servir a janta. Perguntei-lhe, também, se ele estava arrependido pelo que fez? E ele me dito que não e que bateu nela porque ela era sua esposa e ele tinha esta direito.

Naquela época ainda não existia a Lei Maria da Penha e o fato, diante das lesões apresentadas pela vítima que embora fossem assustadoras, ficavam limitadas ao caput do artigo 129 do Código Penal - lesões leves - e portanto, o Juízo competente seria o Juizado Especial Criminal, Lei 9.099/95. Confesso que naquele momento me senti impotente e vi o qual a lei era benevolente para este tipo de criminoso. Moral da história, em uma audiência que não participei ele deve ter dado uma “cesta básica” a uma instituição filantrópica.
Em outra oportunidade, na mesma Comarca, fui procurado por uma jovem a qual me relatou que havia convivido com uma pessoa durante 02 anos e que neste período o mesmo houvera lhe espancando várias vezes, sendo que logo após o nascimento da filha de ambos ela resolveu se separar do mesmo, pois não aguentava mais apanhar, agressões estas que também ocorreram muitas vezes durante a sua gravidez e “resguardo”.
Tendo se separado do agressor foi ela, juntamente com sua filha recém-nascida, morar com sua genitora, fato este que desagradou seu ex companheiro que diariamente ia até a sua residência para o fim de lhe ameaçar de morte, usando sempre a já “manjada” expressão: Se você não ficar comigo, você não vai ficar com ninguém!”.
Acrescente-se, ainda, que ele nutria pela vítima um “ciúme doentio”; patológico na verdade, pois a vítima apenas tencionava criar sua filha longe do agressor. Não tinha ela nenhum relacionamento amoroso com ninguém. Vivia de casa para o trabalho. Isso foi muito fácil de comprovar, pois se tratava de uma cidade muito pequena aonde todos sabiam o que acontecia com cada um de seus habitantes.
Pois bem, mais uma vez convidei o agressor para ir até o meu gabinete. Confesso que fui duro com as palavras em relação a ele, contudo, durante todo o tempo ele manteve-se impassível somente confessando que realmente houvera ameaçado à vítima, porém, da mesma forma que o outro, achava ele que podia agir assim, pois a vítima era sua esposa. Na mente dele, a ex esposa era propriedade sua.
Passados alguns dias, retornei àquela Comarca que substituía, quando fui surpreendido com a morte da vítima, a qual ocorrera em uma fila de hospital, tendo a esta se dirigido até lá para o fim de medicar a sua filha que se encontrava estava com febre alta, relatando as testemunhas do fato que o criminoso seguiu sua ex companheira até o nosocômio e, aproveitando-se que ela se encontrava completamente distraída, cravou-lhe uma faca no pescoço da mesma, saindo logo em seguida verberando: “Viu o que eu te disse; agora você não vai ser de mais ninguém”.
Tão logo tomei conhecimento deste fato, adotei todas as medidas legais, tais como o pedido da prisão preventiva dele, inclusive solicitando apoio das polícias de outras Comarcas para efetuar a prisão, fato este que ocorreu em menos de 24 horas, tendo o criminoso sido preso dentro de um ônibus nas imediações de uma cidade distante.
Durante o processo ele permaneceu preso e eu fui promovido para a capital, contudo tão logo foi marcado o julgamento do mesmo, solicitei ao Procurador Geral de Justiça minha designação para participar do julgamento, o que ocorreu, tendo este monstro sido condenado a uma pena superior a 15 anos de reclusão. Soube a alguns anos que ele apenas passou menos de 03 anos preso, pois foi beneficiado com progressões de regime carcerário.
Foi feita Justiça? Talvez, mas nada traz de volta a vida de uma jovem que cometeu apenas um erro na vida. Ter conhecido o assassino com quem conviveu e teve uma filha. A vítima quando morreu contava com 19 anos de idade.
Discorri sobre estas experiências apenas para dar uma noção de como pensa a maioria dos homens no Brasil.
O pior de tudo, como já disse anteriormente, é a impunidade nos crimes por eles cometidos, não só contra as mulheres, mas contra todos nós.
A lei assevera o que é crime e quais as suas consequências, e neste particular a Lei Maria da Penha é perfeita. Acontece que para fazer movimentar esta lei necessária se faz a aplicação do Código de Processo Penal. Este sim uma vergonha nacional.
No Brasil de hoje “bandido” é tratado como herói e a vítima tratada como criminosa. Me perdoem os “garantistas” de plantão, mas esta é a mais pura e dura realidade.
Sob a égide de se resguardar “direitos”, o que se tem presenciado é uma verdadeira balbúrdia legal. Tem-se dado interpretações completamente equivocadas ao artigo 5º da Constituição Federal. Interpretações estas que apenas beneficiam os criminosos, relegando completamente as vítimas e seus familiares. Estas são colocadas na “vala comum” e muitas vezes, durante julgamentos, são taxadas como as culpadas pela sua própria morte.
O criminoso, regra geral no Brasil, por ser primário, tem o direito de responder ao processo em liberdade, de nada importando ter ele tirado a vida de uma pessoa de apenas 19 anos e que com ele conviveu amorosamente, como no caso em que falei.
Nas petições os advogados colocam como justificativa indestrutível o fato do criminoso só ter cometido um crime deste apenas uma vez. Ou então, tendo vários procedimentos por violência doméstica em curso nas “Varas da Mulher”, ainda não foi julgado definitivamente.
Usam estes argumentos e, mesmo com parecer sempre contrário do Ministério Público, terminam por conseguir suas liberdades provisórias, sequer passando um dia no cárcere, independentemente do hediondo crime que cometeu.
É este tipo de impunidade que faz com que a violência, de uma forma geral, cresça de forma assustadora como vem acontecendo.
É muito comum ver sempre as mesmas mulheres nas dependências das DEAM´s deste País. Sempre levando ao conhecimento da autoridade policial os mesmos crimes contra elas praticados pelos mesmos agressores de sempre e de forma reiterada. Isto é, pelos seus companheiros, que sendo presos, conseguem quase que imediatamente “alvarás de soltura” concedidos pela Justiça, não importando a reiteração dos crimes por eles praticados.
No Brasil de hoje quem determina os rumos do Direito e da Justiça são os “garantistas” e os “abolicionistas”, grupos estes que se encontram dispersos nas diversas Faculdades de Direito deste País e, infelizmente, até mesmo no Ministério Público e no Poder Judiciário.
A bem da verdade, as mulheres são as maiores vítimas de violência neste País. Não apenas a violência física que geralmente culmina em suas mortes. Há que se falar também da violência psíquica a que são submetidas diariamente; da violência praticada contra seu corpo e sua honra. Neste particular há que se ressaltar o infindável número de crimes sexuais – estupros - que são cometidos contra as mulheres, crimes estes perpetrados contra as mesmas no limiar das suas infâncias, sendo certo que este tipo de delito, em 95% das vezes sequer chega ao conhecimento das autoridades responsáveis. Seja por temor ou então pela dependência econômica das mulheres em relação ao criminoso, os quais são, na maioria das vezes, seus próprios maridos, companheiros, irmãos e até mesmo genitores.
O problema da violência contra a mulher só será minimizado a partir do momento em que os criminosos realmente paguem pelo que fizeram. Sejam presos, condenados e cumpram penas privativas de liberdade.
Este tipo de reprimenda, “cadeia” em regime fechado, com toda a certeza, servirá também para lhes educar no sentido de aprenderem que mulher não é propriedade de homem nenhum. Mulher é sim, um ser humano como todos nós. Merece respeito e ser tratada, no mínimo, com humanidade.
Sempre pugnei por penas severas para criminosos domésticos. São eles na maioria das vezes, homicidas, estupradores. Covardes na acepção da palavra.
De nada vai adiantar mudar a Lei Maria da Penha. O que se precisa realmente é mudar a forma de se pensar no Brasil. Jamais se deve aceitar qualquer tipo de violência contra a mulher. Isso deve valer também para às mesmas, que muitas vezes, por motivos sentimentais, tendem a perdoar os seus agressores, o que só os estimula ainda mais a continuar praticando atos de violência contra elas.
Urgente se faz a mudança de comportamento da sociedade brasileira, bem como a modificação das leis processuais penais vigentes, devendo-se aplicar a reprimenda penal na forma estabelecida no Código de Leis materiais.
Fim da impunidade.
Chega de tanta violência contra a mulher.

Salvador, 26 de setembro de 2013.                 
 
 Davi Gallo Barouh.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

UM PASSEIO EM CONDEÚBA...

Foi numa noite fria do mês de junho, que me dei conta que entrava em um ônibus da Camurujipe e fui ao encontro de uma Cidade que jamais havia passado pela minha cabeça conhecer! Mas a vida é engraçada! Com nove anos de idade, estava eu morando em Vitória da Conquista e fui embora sem conhecer nenhuma cidade vizinha! E com trinta e quatro anos, estava indo em direção a Vitória da Conquista para pegar outro ônibus, nesse caso, da empresa Novo Horizonte pra Condeúba. Conhecer a terra de um poeta chamado Flores.
Pensei: só posso está louca! Como eu poderia ir pra um lugar que não conhecia, e muito pouco o poeta? Mas, a vida tem dessas coisas! Uma hora você mesma se desafia, porém, não pode esquecer o plano B, caso algo saia do controle. E foi o que fiz, viajei a noite toda, cheguei pela manhã em Vitória da Conquista e bateu um desespero, meu celular da TIM não tinha sinal; como falar com o poeta que eu estava chegando?! Foi quando tive a idéia de colocar crédito na Oi e mandar mensagens. É uma adrenalina está em um lugar que só esteve quando criança, não conhece ninguém e fica incomunicável.
Cheguei ao meu destino, mas antes passei de ônibus por algumas cidades pitorescas, que ainda quero conhecer: Belo Campo, Tremedal e Piripá; não lembro bem se é essa a ordem. Condeúba é a última cidade desse trecho. Por sinal, a seca era gritante nas estradas... No entanto o coração foi pulando de ansiedade esperando encontrar o poeta e também sua família.
Parecia uma adolescente imaginando: será que iriam gostar de mim?
O Flores perguntava-me se havia feito boa viagem. E eu, tímida, ainda tentava entender o que eu estava fazendo ali.
Fiz boa viagem! Cansativa, mas foi tranquila!
Senti-me como uma criança de 34 anos, acolhida pela família, pelo poeta e por Condeúba, que pretendo voltar sempre, pois vivi momentos de pura magia e sonhos, entre banhos de cachoeira; subi em árvores, apreciei sabores diferentes, roças, animais, fotos, romance, poesias e etc.
Todo mundo deveria fazer essas loucuras! Faz bem pro ego.
Podem estar se perguntando o que vi de tão interessante? Tudo! E ao mesmo tempo nada! Depende da história que foi criada numa cidadezinha linda, que sofre com a seca e com os problemas sociais, políticos, mas tem suas particularidades de beleza natural em que fiz questão de viver cada momento com o poeta Flores e sua família tão simples e tão hospitaleira.
Ah! Construí um sonho nessa cidade, em que pretendo objetivar, a minha, a nossa, “Casinha de Sapé” em um local, onde a natureza grite aos nossos ouvidos e voltemos à simplicidade de um lar.

Thaiz Guedes
(Thaiz Smile)


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

REFLEXÃO DE UM PROMOTOR DE JUSTIÇA CONSCIENTE DAVI GALLO BAROUCH...

UMA BREVE REFLEXÃO ACERCA DA DECISÃO QUE IRÁ TOMAR O MINISTRO CELSO DE MELO NO DIA 18 DE SETEMBRO DE 2013. 

Faltam 03 dias para que o ministro Celso de Melo decida se recebe, ou não os “embargos infringentes” que selara o destino dos “mensaleiros”. Se os aceitar, certo será que o julgamento se eternizará o que, infelizmente, chancelará o maior ato de impunidade que este País já viu. Ao contrário, se rejeitar não terá feito mais que sua obrigação de magistrado e aí o Poder Judiciário, cumprindo a sua obrigação constitucional, voltará a ter o respeito da nação brasileira.
A propósito sobre fato, vislumbra-se que além do julgamento em si mesmo, outros desdobramentos deverão ocorrer e terão repercussão em outros segmentos da república Federativa do Brasil.
Suponhamos que os embargos sejam aceitos por Celso de Melo. Neste caso a “companheirada” se verá livre do processo e, por conseguinte, do cumprimento da pena que já lhes foi aplicada. O governo do PT, através dos seus principais lideres, se verá satisfeito, pois não terá os seus principais expoentes no cárcere.
Acontece que, o desdobramento político que este fato terá em nada ajudará os planos do PT em se manter no Poder, pois será combustível de primeira linha a ser usado pela oposição na campanha eleitoral de 2014, haja vista ser impossível dissociar a atuação de pelo menos quatro ministros, estrategicamente colocados no STF, para atuar no processo do “mensalão”, conseguindo com que o julgamento seja desfeito eternizando-se.
Não tenho dúvida que este fato será usado por todos os candidatos à Presidência da República nas próximas eleições como “marca registrada” da administração “petista” que será tachada de manipuladora e injusta. Terá mostrado o governo para todo o País que a vontade que prevalece é a do partido em contraponto ao desejo da opinião pública. Aliás, neste particular o ministro Barroso deixou bem claro o que ele pensa sobre a “opinião pública”.
Na verdade ele apenas reproduziu por suas palavras o sentimento de todo o governo em relação ao povo, pois segundo ele, de forma arrogante e prepotente, assevera que: “...eu não sou um juiz que me considero pautado pela repercussão que vai ter o que eu decidir e muito menos o que vai dizer o jornal no dia seguinte...o que vai sair no jornal no dia seguinte não faz diferença para mim se não for o certo....mas se eu considerar certo, justo e a interpretação adequada da Constituição não coincidir com a opinião pública, eu cumpro o meu dever contra a opinião pública.....”. Ele só não deixou claro que dever é este que ele tem que vai de encontro ao que toda uma nação e a comunidade jurídica entendem como certa e legal.
Uma verdadeira “faca de dois gumes”, pois mostrando arrogância para toda uma nação, as hostes petistas, através de ingerência no STF, conseguirá praticamente absolver os “mensaleiros”, satisfazendo o anseio pessoal dos seus principais líderes, contudo, desgastarão de forma irreversível a credibilidade de sua administração, tendo que arcar com um ônus político que certamente não será recuperado a tempo das eleições que se avizinham.
Há que se falar também como ficará o Poder Judiciário, caso o ministro Celso de Melo aceite os “embargos infringentes”.
Nas recentes manifestações ocorridas nos meses de junho e julho de 2013, em momento nenhum houve ataque ao Poder Judiciário, pois o STF naquela oportunidade acabara de julgar e condenar criminosos de alta estirpe o que lhe auferiu credibilidade perante a nação.
Em recebendo os embargos e reabrindo o julgamento, toda esta confiança depositada pelo povo brasileiro ao Poder Judiciário “lato sensu”, será perdida na medida em que o STF voltará atrás naquilo em que já foi apreciado e decidido definitivamente.
Se para quem milita na justiça já é impossível de entender a reabertura de um processo que já foi julgado em última instância, imagina para o leigo que desde cedo aprende que, uma vez julgado pelo STF, o processo termina definitivamente.
Vai ser muito difícil a situação do Poder Judiciário a partir deste julgamento caso aceite os “embargos infringentes”, pois perderá completamente a credibilidade perante toda a nação e neste particular deveriam alguns ministros que lá se encontram avaliar como procederão a partir de então.
Se fizermos uma análise aprofundada deste tema veremos que apenas para fazer prevalecer sua vontade sobre toda uma nação o governo está assumindo um ônus que poderá lhe custar a manutenção na presidência da Republica.
Um fato que tem chamado a atenção é que diante de tudo que está ocorrendo ainda não vimos nenhuma liderança política da oposição, notadamente candidatos à Presidência da República, se manifestar sobre o tema, isto é, sobre o recebimento ou não dos “embargos infringentes” pelo STF. Isso se explica na medida em que, caso aceitos os embargos, quem ganhará serão eles (oposição), que explorarão a forma como o julgamento foi conduzido e decido.
Para a oposição o melhor é que os embargos sejam aceitos, pois este fato lhe auferirá, em um futuro bem próximo, ganhos “eleitoreiros” inestimáveis.
Em suma. Aceitos os “embargos infringentes” pelo Ministro Celso de Melo no dia 18 de setembro de 2013, o governo petista terá um prejuízo irrecuperável nas próximas eleições, o que poderá, inclusive, lhe custar a manutenção no poder.
Já o Poder Judiciário, não tenho dúvida, mergulhará em uma das maiores crises institucionais que este País já viu, pois perderá por completo a credibilidade adquirida ao longo do julgamento do “mensalão” quando processou e condenou os seus integrantes.
Sobre os ombros de Celso de Melo pesa a responsabilidade de reescrever a história política deste País na medida em que pode mudar os rumos da Justiça como um todo. Uma Justiça que seja para todos de forma igualitária, não uma Justiça protetiva que servem apenas para chancelar a impunidade dos poderosos “amigos do rei”.
Salvador, 15 de setembro de 2013.
Davi Gallo Barouh.

 http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2013/09/12/voto-sera-com-absoluta-independencia-da-opiniao-publica-diz-celso-de-mello.htm

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

CARTA PARA A EXCELENTÍSSIMA PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF.

Salvador, Ba, 06 de Setembro de 2013. 

Excelentíssima Presidente Dilma Rousseff, 

Hoje ouvir seu pronunciamento na televisão alertando o povo da importância do dia de amanhã, 07 de setembro, na qual explana a tal falada Independência do Brasil, o dia em que D. Pedro I, rejeitou a carta o obrigando a voltar para Portugal, e soltou aquela famosa frase “Independência ou Morte”, ou seja, estaríamos nos livrando do sistema colonial.
Desculpe! Mas não pude deixar de rir, primeiro nunca houve uma independência de verdade, o Brasil foi comprado por dois milhões de libras, emprestado ainda pela Inglaterra, já que D. João VI, deixou um rombo nos cofres brasileiros (será meras coincidências, ato que continua expandindo até os dias de hoje?!), segundo nunca deixamos de ser colônia, pois continuamos exportando matéria prima a preços baixos e importando produtos a preços absurdos. 
Então Excelentíssima, ainda não conseguir visualizar motivos para comemorar, acho tudo uma imensa palhaçada, por que a elite continua se beneficiando que na época era chamada de burguesia e aquele cidadão mais humilde, que ara a terra de Sol a Sol, continua esperando essa tal independência, ou podemos dizer a tal reforma agrária, que nunca chegou.
Portando, como poderia comemorar algo, que nunca mudou?! 
Vejo as mesmas desigualdades sociais, o estrangeiro se beneficiar com nossas matérias primas, enquanto ficamos com os restos que nós mesmos plantamos e com o mínimo beneficio que o nosso país oferece em riquezas naturais. Infelizmente essa cultura parece está enraizada no povo brasileiro, sempre achando que merecem menos, respeitando mais o povo de fora, do que a sua pátria. 
No entanto, ainda tenho esperanças que essa tal independência chegue ao Brasil e deixe de ser a “Casa da mãe Joana”.

Sem mais, 

Thaiz Guedes 

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Carta para Cymar Gaivota.

Salvador, Ba, 3 de Setembro de 2013. 

 Olá Cymar, 

Tudo bem! 

Como anda os voos da Gaivota, provavelmente maravilhosos, por que ver o mundo de cima deve ser indescritível. 
Parabéns pelo livro “Nas Asas da Gaivota” tenho um exemplar e me deliciei com os voos rasantes das poesias. 
Fez lembrar-me do amor, das emoções de uma relação amorosa, das boas e ruins amizades, mais são emoções que tocam nossos corações e nos tornam vivos.
Lembro-me de um amor, uma paixão que começou através das poesias, dos sonhos, das fantasias envolventes, das palavras doces, que nem sentir quando começou, tudo foi de repente e mágico.
Um poeta de lindas palavras encanta e desencanta com seus poemas, mais os sonhos nem sempre se tornam reais, uma relação amorosa que podia ser uma feliz realidade e até um sonho consumado, mais que se perdeu quando o poeta resolveu alçar outros voos.
Quando se trata de pessoas tudo é tão incerto que usamos de nosso sexto sentido, de nossas experiências já vividas para tentar nos aproximar ou deixar que se aproximem de nós, mais as máscaras às vezes nos enganam e caímos na teia da decepção. 
Muitas dessas máscaras encontramos também em nossos meios familiares e amizades, afinal são seres humanos que ainda não aprenderam que as “máscaras caem” e que a verdade prevalecerá.
Pois é amiga Cymar, a vida tem dessas coisas um momento estamos felizes e outros estamos tristes, mais é assim mesmo faz parte da nossa evolução como ser humano. 
Caminharei como uma boa poetisa que segue mais a linha da realidade mais sonha que um dia o amor verdadeiro cumpra seu destino e encontre sua alma gêmea. Eu! 
Contudo espero que seu livro continue alçando voos e levando emoções nas asas da gaivota. 

Um forte abraço, 
Thaiz Guedes (Thaiz Smile)

domingo, 1 de setembro de 2013

MEU PARCEIRO NÃO ACREDITA EM MIM.

Pode parecer ciúmes, mais é o meu sexto sentido de mulher que anda vibrando desesperadamente e eu não sei lidar com essa situação no momento, por que meu parceiro não acredita em mim. 
 Não é ciúmes é a minha experiência de mulher que aflora cada dia, mais meu parceiro não acredita em mim. 
Ultimamente os comportamentos dos seres humanos me fazem temer a possível relação amorosa e quando o sexto sentido de uma mulher a tocam tão profundamente, parecem piscar uma luz amarela que fica difícil resolver quando meu parceiro não acredita em mim. 
Sinto – me triste por que meu parceiro não acredita em mim, e eu por gostar estou entregando a ovelha na boca do lobo, pois seu sonho é maior que a realidade. 
Parece que o gostar dele não é suficiente para acreditar em mim, mais não me arrependo de ser transparente e verdadeira, falar o que pensa, manter minha autenticidade. 
Sei dos instintos dos homens, minha experiência não me engana, porém não consigo admitir falta de respeito, pois na minha vida tenho sempre em mente a máxima, “não faça com os outros, o que não gostaria que fizessem com você”.
 Então como lutar por alguém se ainda é uma incógnita, me resta falar o que penso e deixar que um dia meu parceiro acredite em mim. 

Thaiz Guedes